domingo, 12 de dezembro de 2010

LEITURA COMPARTILHADA

O PREÇO DO AMOR
            Certa vez, li uma história muito interessante. Um africano que morava numa aldeia bem no interior da África, honesto, sério e respeitado por todos, era considerado o homem mais rico do lugar. No lugarejo, prevalecia também o costume do dote, ou seja, o homem tinha que pagar um preço pela mulher que amava. Mas esse preço era, normalmente, estipulado pelo pai da moça.
            Havia na cidade um homem, pai de três moças. De antemão, ele já havia estipulado o preço de suas duas filhas mais velhas. Era um preço alto, pois elas eram lindíssimas. Cada uma valia quatro vacas! Em decorrência do valor do dote, os pretendentes eram poucos, mas mesmo assim, dos que apareciam para namorá-las, nenhum deles dispunha de tanto valor. Quatro vacas era um preço além das possibilidades dos rapazes.
            Mas a terceira filha, a caçula, era tímida, acanhada, sem muita presença, um tanto magrinha; simpática, mas sem a beleza exuberante de suas irmãs. Seu pai dizia para si mesmo: “Essa coitadinha aí, não vale quase nada; é tão diferente de suas irmãs; se algum rapaz me der um burro por ela, está ótimo. Fecho negócio na hora.”
            Certo dia, o homem mais rico da cidade passou defronte da casa das três moças e, vendo-as, gostou exatamente da mais nova, aquela “sem jeitinho”. Mandou chamar o pai das moças, pois queria combinar o dote da caçulinha.
            - Quero dar um dote para casar com sua filha, disse-lhe.
            - Qual delas o senhor prefere?
            - A mais nova; aquela dos cabelos longos e pretos, esclareceu o homem.
            O pai da moça se fez de rogado, ficou pensativo, coçando o queixo como se estivesse calculando o valor da moça. Mas no íntimo já havia decidido: “Ele não vai me dar nem uma vaca por ela, mas até por um burro, ele leva a moça”.
            - Tudo bem. Qual é o dote que o senhor oferece para casar com minha filha?, perguntou o pai da moça.
            O homem rico, comerciante ativo, sábio, pensou: “Se eu der quatro vacas, ela vai ter o mesmo valor das suas irmãs. Se eu oferecer apenas uma vaca, todo o povo da cidade vai criticar minha decisão e chamar-me de avarento e, certamente, ouvirei muitas piadas e chacotas quando passar pelas ruas: “Lá vai o ricaço, mas a mulher dele só vale uma vaca velha”.
            Então, virando-se para o pai da moça, o surpreendeu com a oferta.
            - Eu lhe dou oito vacas leiteiras pela sua filha.
            Logicamente, o pai aceitou de imediato o dote oferecido. Quando a escolhida ouviu que valia oito vacas, ela se aprumou toda orgulhosa e satisfeita com seu amado e gritou: “Viva, para ele, eu valho mais do que minhas belas irmãs”.
            Casaram-se. E quando ela passava pelas ruas, o povo dizia: “Lá vai a mulher que vale oito vacas”.
            (...)
Uma das mais belas parábolas contadas por Jesus está registrada somente no evangelho de Mateus. Nela, o Senhor relata que um certo homem, negociante de jóias e pedras preciosas, encontrou alguém que era possuidor de uma pérola de valor enorme.
            Ele não tinha dinheiro suficiente para adquiri-la, mas também não queria perder a oportunidade de comprá-la. Diante desse impasse, ele tomou uma decisão drástica: vendeu tudo o que possuía como casa, sítio, gado, ouro, pedras de menor valor e outros utensílios e, conseguindo o valor estipulado pelo dono, comprou a pérola. Todo o sacrifício e renúncia valera a pena, pois agora ele era dono da pérola de grande valor.
            Jesus contou esta parábola para dimensionar o valor do reino dos céus, mostrando que nada é de maior valor do que possuir a salvação e ter livre acesso ao reino de Deus, através do sacrifício Vicário de Jesus Cristo. O amor tem preço. O amor divino por nós custou a vida de Jesus.

(Trecho extraído de: Coelho, Silmar. Quanto vale quem você ama. Rio de Janeiro. Editora Getsêmani. 1999. pág. 7 a 8 e 13 a 15.)

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