sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

LEITURA COMPARTILHADA

            “Certo missionário observava o trabalho de alguns tecelões do norte da Índia. Percebeu que eles dedicavam vários meses à confecção de um único tapete. Aquele esforço todo, no entanto, lhe pareceu perda de tempo. Achou os tapetes feios e mal-acabados. Estavam cheios de manchas, caroços e remendos. Manteve sua opinião até que se deu conta de que via sempre o lado avesso das peças. Então, dando a volta, colocou-se ao lado do artesão. Só assim pôde contemplar a maravilha que estava sendo confeccionada.
            Até que possamos estar ao lado do Tecelão, e ver as coisas do ponto de vista dele, a vida pode nos parecer um amontoado de nós. Há tanta injustiça e absurdo no mundo! Mas nele há também beleza, a qual só pode ser enxergada pelos que ousam amar. É o amor que dá valor à existência. É a doação que faz com que ela valha a pena. Às vezes as perdas nos machucam, e as consideramos inúteis e cruéis. É que, por sermos ainda incapazes de ver as coisas do lado certo, a obra do Tecelão nos parece incompreensível. Contudo, quando olhamos as mãos que entrelaçam os fios, enxergamos nelas o sinal dos cravos e da cruz. Então nos lembramos do amor de Deus, da sua disposição de sofrer por nós, da sua graça maravilhosa. Depositamos nele a confiança e sentimos nosso ânimo se renovar.”
(Trecho extraído de: Aguiar, Marcelo. O brilho de uma lágrima. Belo Horizonte. Editora Betânia. 2003. pág. 39.)

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